-Visionário de um espetacular mundo paralelo-
Científicos tentam até
hoje entender e traçar um modo lógico para explicar logicamente o
processo criativo que envolve um artista na sua criação, na determinação
de suas habilidades específicas para estruturar o processo criativo -
sem sucesso. Os estudos continuam enquanto novas formas de expressão
artística aparecem em meio a nosso cotidiano conturbado e multicultural.
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Mas não podemos supor que a vida do artista é fácil. O artista convive com a tempestade do questionamento e da inquietude, ele, sensorial, não percebe que sente o movimentar do mundo de modo particular e é envolvido pelos pensamentos que o corroem, levando-o à criação aparentemente inexplicável de uma cena, porém esta, representa suas opiniões, sentimentos e por vezes,a simples necessidade de expor, externalizar algo que não suporta na sua mente.
O criativo vive em contato muito próximo com o sentimento e acaba captando facilmente energias, sensações e emoções do coletivo, por isso sentem-se de tal forma importunados com o aglomerar-se das massas e com a exposição pública demasiada. O artista é um filhote sem vacina que facilmente pode contrair uma doença, foge disso através do isolamento para poder sentir-se equilibrado e encontrar-se para poder criar.
A mesmice dos dias e das formas incomoda um criador, alguém que fervilha novas ideias e formas, busca ação e movimento para os conceitos sociais que tanto os incomodam pela estatização em que são apresentados. E então vemos diversas expressões de obras que desafiam o preconceito moral social comum, vemos impressionados a sua coragem - que na verdade é a sua cama mais confortável: o novo em um mundo que não precisa de dogmas a serem seguidos e respeitados.
Desligado? Como chamar um criador que te mostra coisas novas, invenções ou uma visão mais bela do prisma comum de tua realidade? Com seu relógio próprio, respeita apenas o seu sentimento de inovar, criar e compor, independente da determinação de dormir, acordar e comer, podendo ficar dias sem dormir ou hibernar por longas horas de acordo com seus próprios princípios de autopreservação. Mergulhar neste obscuro mundo pode ser chocante, assim como maravilhoso e apaixonante, mas não pense que o acompanhará, pois é individualmente que ele funciona, no silêncio ou acompanhado do som que ele mesmo escolher.
Sua lógica não segue a matemática básica e sua atenção não foca o que os seres humanos "normais" estão olhando e pensando, ele olha distante, ele tem sua atenção para uma frequência diferente de luz e som, avaliando mentalmente outras formas que nossos olhos destreinados jamais conseguiriam ver, assim como nossos ouvidos, ouvir.
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Todo artista encontra sua maior satisfação na execução de seu dom, da sua sina. Não se percebe escravo da criatividade pois é nela que encontra-se e descansa a mente do pesado fardo da expressão que infla na sua alma conturbada pela visão particular que tem do mundo e suas formas. e nele vejo o repulsar do comum, na mesmice que prende de modo inalteradas as formas criadas pelo homem ou mesmo pela natureza.
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Sistemático é o seu oposto por jamais conhecer um formato comum para o que será o resultado do seu trabalho, por isso, trabalha livre, longe do conceito comum, dos relógios ou de formatos organizados de execução. É orgânico e ramifica o pensamento na captura de imagens que venham a compor o que será o resultado melhorado de um desenho antigo e comum que vemos de nossa realidade. Como uma vibração intensa e diferente dos átomos de qualquer composto, realiza a ordenação de moléculas para criação do novo, daquilo que, em certo momento, despertar-te-á beleza e delícia pelo efêmero.
Como parabólicas captando sentimentos e momentos, alimenta o arquivo de imagens e formas que darão forma a um futuro novo trabalho e, se preocupado, se algo distanciá-lo da virtual cúpula da inspiração, permanece inerte, sofre com o deslizar das horas sem que possa respirar o ar criativo da concepção de um tema que o liberte destas escravidões mundanas. Quando mergulha novamente no seu mundo, brilha e encarna-se no processo ilógico de sua criação.
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O que entendemos e identificamos como criatividade parece ser um pouco mais complexo quando analisamos o perfil de um criador ante a sua obra. O seu resultado é para ele, muitas vezes, inusitado, alcançando muito mais do que a sua expectativa inicial e compreendido quando há clara noção do que compôs as premissas de cada acessório, cada parte do conjunto resultante de uma ação.
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Enquanto seguimos pelos caminhos comuns, estas pessoas abrem mão da riqueza e de conquistas comuns que são almejadas pela maioria social, para trazer uma versão diferente da vida, para gritar através da sua forma de expressão, todo o sentimento e sua crença que acumula-se no hemisfério distinto da mente.
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Já ouvi declarações de pessoas frente a uma obra: "não entendi", "não faz sentido pra mim", etc...
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"A arte capacita o homem a compreender a realidade, e ajuda-o não só a suportá-la, como a transformá-la". - Ernest Fisher
Agradecimento: Janaína Perotti Fotografia pela inestimável permissão de uso de suas imagens, assim como, e não poderia deixar de mencionar o material teórico para essa crônica.
Mais arte desta artista em:
https://www.facebook.com/JanainaPerottiFotografia?fref=ts