segunda-feira, 28 de julho de 2014

A sensação de uma despedida

As despedidas sempre me deixaram tristes, mesmo aquela despedida que durará apenas algumas horas, sabendo que tão breve aquele amigo estará de volta. É involuntário, mas o vazio que deixa uma despedida sempre justifica o fato de que, somos solitários, somos unisociáveis, introvertidos e materializados, por tal, as despedidas sempre nos acompanharão, as malas - sempre serão a pior invenção do ser humano, pois levam com elas a pessoa que um dia chegou e ficou e que antes de que possa pensar sobre, as malas a levarão... e assim vamos nos despedindo, ao final de uma carta, um e-mail ou ligação, ao final do dia de trabalho ou mesmo ao final de um relacionamento.

Nos despedimos...



Nos despedimos as vezes de modo tão grave e insensível que não percebemos a dor que existe neste despedir-se tão comum e corriqueiro. Mais simples do que chegar e cumprimentar os convivas, nos despedimos novamente e, por vezes, com saídas à Francesa, sem nem ao menos um aceno que lhes façam lembrar que tão logo poderemos voltar. E assim, com os olhos em lágrimas, amargamos a saudade e refletimos sobre o que já se configura um nunca mais, um até mais ver, ou ainda, quem sabe... para nunca mais...

Nossas despedidas, por tristes, ou simplesmente momentâneas sempre deixam alguém para trás e assim somos feitos, de desapegos e dores, machucados que tratamos sozinhos no silêncio escuro da ausência de sentimento, sedimento que se cria no tratamento incondicional e anti-social de cada um, aceitando o fato de que, o jamais voltar sempre está presente em uma despedida. Todavia, vivemos em conjunto com a nossa falta de consideração sistêmica, analisando aqueles que valem a pena, que nos traem sem qualquer aviso ou circunstância. Demandas não anunciadas que configuram palavras entre dentes, olhares sobre os ombros e peitos inflamados por um vulcão de terror.

E novamente nos despedimos...



O mundo concentra nossas despedidas nas estradas que nos levam para longe um do outro e, sem alternativa, seguimos, despedindo-nos da vida a cada sia, em cada momento em que um abraço, um aceno ou um abraço nos fazem distantes de novo e sem a garantia de um retorno. Talvez pense nisso e assim haja sentimento por não haver mais do que amigos na minha rotina. Foi assim que despedi-me de amigos quais jamais voltei a ver, assim como amigos que continuam ao meu lado em meio a tempestades e, jamais deixarão de fazer parte da história comum.

Agora porque, antes de despedir-me de você, penso em como fazê-lo para que não haja definição incorreta sobre este adeus - odeio o termo adeus - tão definitivo, adeus está para jamais e ao infinito, já um até mais tarde, nos refere a além das horas, com a garantia flutuante de um reencontro. Assim como despede-se de alguém que amou, que jamais reverá, não diferente daquela sensação de abandona ou perda, por distante, considerar que a cada caminho que seguirmos, vamos repassar pela memória da vida, lembrando que por onde haja um caminho, novas paisagens, ares, cheiros e sabores descobriremos com a alegria de um novo momento, podendo liberar-nos de qualquer dor. 

Então deixe-me, sem despedidas que apenas fazem mais doer, ainda mais pensar em jamais rever-te.

Release Me - Elvis Presley
Oh please release me, let me go
For I just don't love you anymore
To waste our lives would be a sin
Release me and let me love again

I have found a new love dear
And I will always want her near
Her lips are warm while yours are cold
Oh release me, my darling let me go

Please release me, let me go
For I just don't love you anymore
To waste our lives would be a sin
Release me and let me love again

Let me go, oh release me, my darling
Let me go

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