Avante contra a irrelevância

Quando o cardume de sardinhas vence o tubarão

Sempre vi as formigas trabalhando mais do que os pássaros - desde os desenhos do pica-pau na minha infância.

Acompanho por toda a minha carreira pessoas que trabalham muito, ganham pouco e tem a sua dignidade diariamente arranhada por meio de gestos, palavras e ações, imposições sociais que as qualificam como inferiores. Cansei de ouvir o jargão: "Quem muito trabalha não tem tempo de ganhar dinheiro."(!!!) Mas que grande besteira é essa que só pode ser dita por um completo hipócrita mesmo!!! Justamente aquele que contrata alguém para trabalhar para ele e que por isso, considera-se seu amo, seu proprietário.

Acredito que, se governantes e proprietários soubessem o tamanho da força contida na classe de trabalho da sua empresa, assim como se o governo tivesse a noção e tivesse ao menos ideia das proporções de seus atos, jamais pensaria em tentar iludir uma população que hoje, mesmo sendo de alguma forma prejudicada pela ação de greves e bloqueios de rodovias, não deixa de continuar apoiando cada um dos eventos.

Assim como o pássaro que come uma formiga mas não pousa sobre um formigueiro, consideramos que, pousaram sobre o formigueiro da classe trabalhadora brasileira, que depois de assistir os arrombos da política, dos desvios, obras assaltadas e toda a ridícula repercussão que o Brasil emplacou para o mundo. Agora as formigas estão mostrando o poder da sua união, deixando claro que, comer um isoladamente é fácil, mas dominar, não é possível. E mesmo que acabem as frutas, o combustível ou qualquer outra necessidade da vida moderna, teremos ao menos a honra de dizer: parei de aceitar a tudo isso.

O que até agora era caracterizado como apatia, hoje se resume em desconsideração, descrédito, desprestígio e desaceitação relacionada ao que pode vir de nossos governantes. E quando vemos isso me nossas famílias, em nossas empresas, mesmo em nossas amizades?

Eis que nos colocamos em frente a um abismo que exige uma decisão, uma definição, temos que irromper a barreira do socialismo que envolve nossas vidas como uma fina película que nos impede de tocarmos nas leis, nas regras e quiçá infringi-las. Nossa apreciação apática de tudo neste momento é prejudicial e direciona a nau do Brasil em direção a ruína.

Somos enquanto cidadãos, sardinhas de um cardume, nossa desorganização coloca em risco não apenas a nossa sobrevivência, mas a de todo o cardume. Pois bem, se os peixes nos ensinam como vencer os grandes, sigamos a dica da natureza, sejamos mais interessados ao coletivo e não apenas ao capital privado, a farra está no capital social, no público e comum... assim como permitir fechar uma rodoviária (!!!) como vimos, assim como permitir aumentos absurdos e inimagináveis como vimos

Não deixe o leme sem direção. Organize-se, informe-se e tenha formada a sua opinião para estar pronto para agir no momento me que considerar correto.