quarta-feira, 20 de maio de 2015

O que você acha que sabe?


O saber é a materialização da ignorância


A relatividade sempre foi estudada a partir de pressuposições, buscar o absolutismo a partir de uma condição de conhecimento e variáveis desconhecidas de valor que não permitem uma conclusão exata, mas que tem por tendência, uma direção, um destino e uma forma de compreensão que vem acalentar o coração de todos que buscam esclarecimento para a origem da vida, para a resolução matemática e física, porém, na metafísica do amor se perdem pela ausência de um padrão a ser seguido.

E, nós jovens... donos de não mais do que plantas e animais de estimação, achamos conhecer a tudo e poder dizer que sabemos de tudo que é preciso, o que forma e quanto pesa, porém, provamos sermos nada mais do que aqueles adolescentes que são invencíveis, cheios de hormônios, repletos de sonhos que derramam pelos olhos e explicam a tudo com a profundidade de uma poça d’água na calçada. Jovens, que, por uma desilusão infantil dizem conhecer o amor e a dor, serem donos de seus corações, dizem-se prontos para a vida, casa, mercado, filhos, netos, emprego, salário, conta de luz e água e... perdas. Nada sabem sobre perdas, nada sabem sobre a dor de segurar a mão de um anjo que acredita ser você o anjo que vai acompanha-lo pela eternidade enquanto todos os olhos me volta já enterraram aquela e despedem-se sem palavras. Nada sabem sobre a felicidade de acordar ao lado do amor verdadeiro e perceber que, flutua sem peso na realidade de sua vida onde nada mais importa, ninguém mais pode influenciar ou atrapalhar aquele momento e, como por um suposto improvável do não de absoluto o conhecimento, escapa-te pelos dedos como areia. Destas cinzas que voam com o vento, percebe pois a vulnerabilidade da vida – que é mais morte do que vida, em nossa meteórica passagem pela terra, pelo corpo tangível que hoje quente e sadio, virá a transformar-se nestas cinzas que ainda voarão para perder-se entre o nada e o invisível.

Foi na visita que fiz à casa dos primeiros de minha família no Brasil que percebi, que, apesar de terem se dedicado à terra, a beleza do lugar e a um empreendimento que ainda resiste às ações do tempo, seu legado apenas sobrevive no bater do meu coração, dos meus que comigo seguem seu comigo. Apenas por isso resistem ao tempo pois não mais habitam aquele lugar e nada e em nada conseguem alterar senão minha percepção da sua perseverança em vencer adversidades, distâncias e alturas.
E os jovens achando que todos nasceram, sempre, em um hospital e depois foram acolhidos à berço esplêndido, no calor de lençóis perfumados? Que aquele carpete que, por anos conheceu como gramado, sempre existiu na realidade de todos? Grande conhecimento do mundo lhes é perecível mesmo!

Jovens que consideram ter e ser amigos, mas jamais manchou o ombro com o choro em desespero de um amigo que acredita que através das lágrimas que derrama, por elas expulsará a dor que queima o seu coração. Amigos que são capazes de incontáveis sacrifícios, a desconsiderar a própria segurança, para lhe ajudar – mas acreditam ter amigos pois jamais vão a uma festa sozinhos.
Jovens que não tem ideia do que falam e usam as palavras como espadas para defenderem-se dos seus próprios medos, e na imprudência do uso dessa arma, machucam pessoas com a impunidade de alguém que não sabe manusear a arma por desconhecer até mesmo o seu calibre.

Esses jovens que não compreendem o valor de um olhar, de uma ligação, do ouvir a euforia de uma respiração agitada, não conseguem contemplar a emergência em saber se tudo está bem. Menosprezam os esforços para que, continuem sendo invencíveis, mesmo que, para isso, um exército os alimente e proteja em retaguarda ao seu perfeito show.
Aprendi que a fruta que hoje é linda e saborosa, amanhã estará murcha e amarga. Aprendi que hoje vivo, e, amanhã morto, frio e sem vida. Aprendi que aprender é a única coisa que faremos em paralelo ao respirar até a morte. Em face desta certeza, deixei de perder um dia sequer por algo ou alguém, deixei de esperar eternas confirmações de perfeição, ouvir o coração e segui-lo para ser feliz ainda hoje – não amanhã – pois o amanhã não me dá garantia da sua existência, portanto, o que estou esperando? Porque estou esperando? Eu preciso sim tornar a vida extraordinária hoje, ver o que e lindo hoje e se possível eternizar esse momento, pois ele não se repetira, a terra não girará ao contrário e poderemos apenas fazer, refazer ou retroceder não é, relativamente, uma capacidade do ser humano e, por isso, acertar, viver e aproveitar o dia como um presente a mais que recebeste é saber muita coisa a mais do que pensa saber!

Jovens perdem tempo com a tristeza, desgastam-se com a solidão e o exílio por sentirem-se machucados ou doloridos, buscam ajuda para criar problemas que eles mesmo conceberam, por ações que eles mesmos protagonizaram. Mas se, criei um sistema, montei-o, eu tenho que conhecer a forma de desmontá-lo e destruí-lo – e haja igreja e psicólogo para buscar resolver os problemas que eles criaram para si mesmos e perderam-se na sua execução!

Saibam, que, apenas uma pequena parte de nossas vidas será de felicidade – e quando me refiro a esta, não estou me referido a qualquer vitória ou conquista, acerto de números em uma loteria, ou ainda um prêmio por teres sido o aluno do mês ou estagiário destaque – eu me refiro a felicidade que sairá entre lágrimas, que te fará perder o medo e a condição natural de sociedade expondo-a nua e como uma avalanche, me refiro a sentimento sem barreira ou conteúdo mensurável... a felicidade que poderás sentir um dia em sua vida caso te permita encontrá-la e não será por vencer uma montanha ao chegar ao seu topo, mas sim, a sensibilidade em perceber a beleza da jornada para lá chegar.

Enfim jovens, nós apenas conseguiremos saber, quando reconhecermos que, não sabemos nada!



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