O saber é a materialização da ignorância
A relatividade sempre foi estudada a partir de
pressuposições, buscar o absolutismo a partir de uma condição de conhecimento e
variáveis desconhecidas de valor que não permitem uma conclusão exata, mas que
tem por tendência, uma direção, um destino e uma forma de compreensão que vem
acalentar o coração de todos que buscam esclarecimento para a origem da vida,
para a resolução matemática e física, porém, na metafísica do amor se perdem
pela ausência de um padrão a ser seguido.
E, nós jovens... donos de não mais do que plantas e animais
de estimação, achamos conhecer a tudo e poder dizer que sabemos de tudo que é
preciso, o que forma e quanto pesa, porém, provamos sermos nada mais do que
aqueles adolescentes que são invencíveis, cheios de hormônios, repletos de
sonhos que derramam pelos olhos e explicam a tudo com a profundidade de uma
poça d’água na calçada. Jovens, que, por uma desilusão infantil dizem conhecer
o amor e a dor, serem donos de seus corações, dizem-se prontos para a vida,
casa, mercado, filhos, netos, emprego, salário, conta de luz e água e...
perdas. Nada sabem sobre perdas, nada sabem sobre a dor de segurar a mão de um
anjo que acredita ser você o anjo que vai acompanha-lo pela eternidade enquanto
todos os olhos me volta já enterraram aquela e despedem-se sem palavras. Nada sabem
sobre a felicidade de acordar ao lado do amor verdadeiro e perceber que, flutua
sem peso na realidade de sua vida onde nada mais importa, ninguém mais pode
influenciar ou atrapalhar aquele momento e, como por um suposto improvável do
não de absoluto o conhecimento, escapa-te pelos dedos como areia. Destas cinzas
que voam com o vento, percebe pois a vulnerabilidade da vida – que é mais morte
do que vida, em nossa meteórica passagem pela terra, pelo corpo tangível que
hoje quente e sadio, virá a transformar-se nestas cinzas que ainda voarão para perder-se
entre o nada e o invisível.
Foi na visita que fiz à casa dos primeiros de minha família
no Brasil que percebi, que, apesar de terem se dedicado à terra, a beleza do
lugar e a um empreendimento que ainda resiste às ações do tempo, seu legado
apenas sobrevive no bater do meu coração, dos meus que comigo seguem seu comigo.
Apenas por isso resistem ao tempo pois não mais habitam aquele lugar e nada e
em nada conseguem alterar senão minha percepção da sua perseverança em vencer
adversidades, distâncias e alturas.
E os jovens achando que todos nasceram, sempre, em um
hospital e depois foram acolhidos à berço esplêndido, no calor de lençóis
perfumados? Que aquele carpete que, por anos conheceu como gramado, sempre
existiu na realidade de todos? Grande conhecimento do mundo lhes é perecível
mesmo!
Jovens que consideram ter e ser amigos, mas jamais manchou o
ombro com o choro em desespero de um amigo que acredita que através das
lágrimas que derrama, por elas expulsará a dor que queima o seu coração. Amigos
que são capazes de incontáveis sacrifícios, a desconsiderar a própria
segurança, para lhe ajudar – mas acreditam ter amigos pois jamais vão a uma
festa sozinhos.
Jovens que não tem ideia do que falam e usam as palavras
como espadas para defenderem-se dos seus próprios medos, e na imprudência do
uso dessa arma, machucam pessoas com a impunidade de alguém que não sabe manusear
a arma por desconhecer até mesmo o seu calibre.
Esses jovens que não compreendem o valor de um olhar, de uma
ligação, do ouvir a euforia de uma respiração agitada, não conseguem contemplar
a emergência em saber se tudo está bem. Menosprezam os esforços para que,
continuem sendo invencíveis, mesmo que, para isso, um exército os alimente e
proteja em retaguarda ao seu perfeito show.
Aprendi que a fruta que hoje é linda e saborosa, amanhã
estará murcha e amarga. Aprendi que hoje vivo, e, amanhã morto, frio e sem
vida. Aprendi que aprender é a única coisa que faremos em paralelo ao respirar
até a morte. Em face desta certeza, deixei de perder um dia sequer por algo ou
alguém, deixei de esperar eternas confirmações de perfeição, ouvir o coração e
segui-lo para ser feliz ainda hoje – não amanhã – pois o amanhã não me dá
garantia da sua existência, portanto, o que estou esperando? Porque estou
esperando? Eu preciso sim tornar a vida extraordinária hoje, ver o que e lindo
hoje e se possível eternizar esse momento, pois ele não se repetira, a terra
não girará ao contrário e poderemos apenas fazer, refazer ou retroceder não é,
relativamente, uma capacidade do ser humano e, por isso, acertar, viver e
aproveitar o dia como um presente a mais que recebeste é saber muita coisa a
mais do que pensa saber!
Jovens perdem tempo com a tristeza, desgastam-se com a
solidão e o exílio por sentirem-se machucados ou doloridos, buscam ajuda para
criar problemas que eles mesmo conceberam, por ações que eles mesmos
protagonizaram. Mas se, criei um sistema, montei-o, eu tenho que conhecer a
forma de desmontá-lo e destruí-lo – e haja igreja e psicólogo para buscar
resolver os problemas que eles criaram para si mesmos e perderam-se na sua
execução!
Saibam, que, apenas uma pequena parte de nossas vidas será
de felicidade – e quando me refiro a esta, não estou me referido a qualquer
vitória ou conquista, acerto de números em uma loteria, ou ainda um prêmio por
teres sido o aluno do mês ou estagiário destaque – eu me refiro a felicidade
que sairá entre lágrimas, que te fará perder o medo e a condição natural de
sociedade expondo-a nua e como uma avalanche, me refiro a sentimento sem
barreira ou conteúdo mensurável... a felicidade que poderás sentir um dia em
sua vida caso te permita encontrá-la e não será por vencer uma montanha ao
chegar ao seu topo, mas sim, a sensibilidade em perceber a beleza da jornada
para lá chegar.
Enfim jovens, nós apenas conseguiremos saber, quando
reconhecermos que, não sabemos nada!