-Jamais reclame se você nada fez!-
Ela se preparou, buscou saber a data exata, pensou por dias na roupa adequada, falou com as amigas e conseguiu carona com precisão de local e horário. Saíram para jantar - quase nada e beber para iniciar a noite antes de chegar.
Ele ficou sabendo da festa um dia antes. Foi para casa e tomou um banho, comeu uma coisa qualquer enquanto procurava a jaqueta de couro para combinar coma bota e entrou no carro, pegou mais uns amigos que encontrou no bar e saíram com um destino inserto.
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Encontraram-se na festa, trocaram olhares e beberam, mas não falaram uma palavra, cada um com seu grupo de amigos. Ela comentou sobre ele, seus traços e trejeitos, ele não comentou com ninguém, nenhuma palavra, mas a observou por toda a noite... suas tatuagens, seu sorriso e seus piercings.
Ao final da festa ela saiu, esticou um último olhar mas precisava acompanhar as suas amigas. Infelizmente a restrição de horário a levou embora. Ela foi, olhando para o vidro como estando hipnotizada pensando em mil takes de como poderia tê-lo abordado sem parecer medíocre.
Ele ficou, escorou-se no balcão ao vê-la sair sentindo ter perdido uma oportunidade de conhecer aquela pessoa que por toda a noite ficara observando, pediu mais uma cerveja e perdeu o olhar por entre as garrafas da prateleira imaginando como ela seria. Como seria a reação dela se tivesse aproximado-se e tentado conversar...
Dias se passaram...
Uma nova festa surgiu.
Ele descobriu sobre esta uma semana antes. Buscou uma roupa que separou e deixou-a sob a cama, imaginando se estaria adequadamente trajado. Engraxou a bota, e separou o melhor cinto. Arrumou-se 2 horas antes, usou o velho perfume que guardara para momentos especiais e foi, sem passar em lugar algum, sem qualquer inconveniente.
Ela descobriu um dia antes sobre uma nova festa porque suas amigas iriam, combinaram a cor e modelo das roupas e na hora marcada estava na frente de casa aguardando as suas companheiras de festa.
Como se por uma manobra do destino ou a relação natural dos acontecimentos, sim, foram para a mesma festa, encontraram-se com os seus amigos e a noite seguiu, o show foi assistido em meio a olhares.
O que ela não imaginava é que havia um oculto interesse por trás daqueles olhos, debaixo daqueles cabelos e dentro daquela jaqueta de couro. A sua ingenuidade de achar que estava sozinha no que sentia a permitiu uma distração, na eminência de encontrar com um antigo caso que já lhe havia tirado o sono lhe ofereceu a oportunidade de flertar, de sentir-se linda e dona da situação.
Neste momento os olhos deles se fecharam, aquele gole de uísque descer, arranhou e marcou para sempre a sua garganta que calou, e com suas costas acenou para ela, que nos braços de outro estava a observá-lo sem nada entender.
Eles jamais trocaram uma palavra, jamais voltarão a encontrar-se.
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Nossas oportunidades nessa vida, passam por janelas, pequenos expirais que nos remetem a outros mundos e realidades, criando uma infinidade de possibilidades factíveis desde que haja a intensão e o start, como se o ascender de um estopim que inicia, desencadeia uma reação que pode mudar o final de uma história, tão seca, vazia e amarga como acima... qual, poderia se tornar um romance, longas e doces páginas de pessoas que encontraram-se, porém, não tiveram a chance de viver, pois estavam retraídas, porque não confiaram suficientemente em si mesmas para realizar o que tanto queriam.
As oportunidades margeiam as mais diversas situações de nossas vidas, trazem na sua essência e abrangência, uma carga de variáveis e possibilidades que, a partir da nossa disposição, da nossa cumplicidade de dispôr da sinceridade em expor sentimentos, podemos aproveitá-la, nela embarcar e mudar o que seria o normal da nossa inatividade. Assim como em nossa vida profissional, onde o comodismo e a estagnação, a falta de ambição ou ainda, a ausência da auto confiança, encerra carreiras que jamais começaram.
É a vida humana e o tal do libre arbítrio que nos permite horizontes desconhecidos que podem ir além da nossa capacidade de visualização, assim como a caverna onde nascemos e, que, se, por medo da claridade de toda a liberdade que oferece a porta, permanecemos dentro desta, sem mudar a nossa rotina, sem qualquer disposição para a adaptação ao um novo mundo, para um novo desafio e, claro, para fazer de uma oportunidade, um romance que te leve a outro mundo em um instante.
E você?
Tem coragem de conversar?
Tem disposição para arriscar-se?
Ainda confia naquilo que sentes?
Qual é a tua atitude em relação a própria vida?