Uma prerrogativa para a boa saúde é o esclarecimento.
Tenho comigo que o conhecer de certos hábitos para que possamos evitá-los, pode nos dar uma sobrevida, oportunidade de viver mais ou melhor, ou ainda com mais qualidade - mesmo sabendo que, mesmo com conhecimento, nem sempre agimos de forma correta, nem sempre respeitamos as básicas regras do corpo, da sua alimentação, do evitar atos nocivos, rotinas desgastantes e tantos outros exemplos. Mas hoje não quero falar deste tipo de enfermidade corpórea, física e tangível.
Existem estudos baseados na psiquê do ser humano, que embasam suas teses na busca pelo esclarecimento de doenças e insurgem de organismos sadios sem qualquer obviedade hereditária ou conclusiva de sua origem - assunto que pouco entendo. O que entendo são das palavras, do exercitar da nossa razão, da defesa de nosso ponto de vista, ideologia e todo o naipe de argumentos que formam as nossa crenças e definem os caminhos das nossas decisões, dirigindo-nos pelo caminho do destino que vai sendo dirigido e redigido por escolhas, baseadas no que acreditamos. Vejo porém, pessoas - e são muitas - com imensa e impenetrável dificuldade de expressar-se, acabam pois, morrendo do seu íntimo para o seu externo social justamente pelo fato de não haver posicionamento, inexistir a defesa de suas convicções, barcos sem vela, remos ou leme, embalados pelos ventos daqueles que por razão de sua eminência, são natos dirigentes e conseguem facilmente impor a sua forma de pensar e agir, levando esse rebanho de baixa estima e consideração com seu próprio ser - de pouco respeito próprio - pelos tortuosos caminhos da desilusão e nesta escuridão do desamor com que transitam pela vida, sucumbem e escurecem seus olhos críticos tornando-se nada mais do que, marionetes.
Manipulados fantoches da inócua ausência de comprometimento com o próprio pensar.
Daí minha teoria - nada científica - se posiciona que, quando evitamos o confronto engolindo nosso argumento a cada embate, evitando a guerrilha, nos faz a mais perder fronteiras do respeito próprio!
Eis as portas da clareza e da transparência - que tornou-se lei mas não conduta - abrindo-se para elucidar opiniões! E o que mais desejo? Sim, que houvesse exposição de argumentos, sem qualquer preconceito em relação a seu formato, polidez, estrutura ou eloquência, afinal de contas, a palavra é crua de sentido e pode apenas ser purpurinada para chamar a atenção do desatento, contemplando um redescobrir da sua capacidade cognitiva.
Hoje houveram dois exemplos que me levaram a precipitar este assunto aqui: uma figura curiosa postada por um amigo e, por outra amiga, uma frase... resumindo, encontrei nestas imagens, desejo de mais discorrer sobre o falar, publicar ou mesmo escrever para aquele caderno amarelado que jamais alguém tocará - afinal, o ato de escrever ou mesmo falar, obriga-nos a organizar nossas ideias e ideais, fazendo com que um posicionamento, seja ele positivo ou contrário, exercita o músculo cinético do coração e do cérebro e, tão bom é a diversidade da definição de um fato ou imagem, uma nova amizade que nos surpreende pelas diferenças e também por sua proximidade em relação ao pensamento ideológico. Todos termos e itens que deixamos de cultivar com a disseminação desenfreada da internet, onde curtir, resume muito texto, economiza tempo e nos faz por vezes, engolir a nossa real opinião em relação ao fato em questão.
O mundo está cercado pelo comodismo, pela preguiça do expressar e ainda por uma densa camada de falsa moral que acoberta vis protestantes da ordem, das leis e da natureza do ser humanos. Esta virulência que hoje nos afeta, ainda mais as juvenis gerações propelidas pelo uso de recursos que os premiam com o desnecessário (hoje em dia) pulverizar o cérebro de informações, tornando-os meros especialistas de coisa nenhuma, pois se estudar é preciso, que seja o mínimo e o mais focado possível no que será útil e assim, o conhecimento deixa de ser uma ferramenta natural de seleção da espécie.
Ao que desvio do tema, concluo singelo descarrego daquilo que importuna minha mente: morremos hoje sim, por uma indigestão de palavras não ditas!
Abstrato.