terça-feira, 23 de setembro de 2014

Chronos - Fidus Achates

O tempo, com o auxílio de ingredientes muda o cenário do mundo, muda a sua própria existência.

À exemplo da pedra que é constantemente desgastada pela combinação de areia e vento, assim como a combinação da água e vento, também o sujeito age sobre nossos relacionamentos interpessoais.

Na construção do enunciado eu vejo um mundo passando em frente. Das coligações de pessoas geniais, criaram-se e transformaram-se indústrias, estas, criaram verdadeiros impérios que o tempo tratou de desmantelar como o castelo construído fortemente com a areia da praia e o tempo, trouxe a maré, o vento e a água contribuíram com suas ondas e no verão seguinte ele não estava lá como aquele coração outrora desenhado na praia com belas frases... o tempo age silencioso e prova muita coisa, prova o que é finito, conta a história do insucesso das apostas que fazemos em pessoas e em certas convenções que ele mostra que estivemos iludidos e errados...

Mas o tempo não é apenas vilão, ele mostra pessoas verdadeiras, mostra o amor que quando verdadeiro, ultrapassa e sobrepõe-se às adversidades a que somos todos desafiados a superar. É mesmo ele o responsável por fazer valer o anel no dedo e as promessas então cumpridas do amor, do companheirismo e da amizade e, por ele, hoje escrevemos, pois o tempo ensina a quem interessa aprender.

A partir de cada momento temos a presença do passado (do tempo realizado e materializado em um substantivo definitivo para mostrar a verdade das promessas que foram feitas). E é quando o guerreiro desarmado, Aladin sem sua lâmpada, o mágico sem o seu chapéu e todos sem argumentos é que percebemos como o tempo pode mudar o que consideramos como sonho e desejo de um futuro e, todo o que o tempo pode escrever diferentemente no nosso passado, das letras todas que compunham o que acreditávamos ser então... nosso destino.

Quando ouço pessoas reclamando dos infortúnios de sua caminhada, dos desprazeres, hoje penso: ele não estava preparado para decepções, tão pouco, para encarar o tempo, acreditando que o pudesse então congelar para manter no mesmo lugar todas as cartas de um castelo arquitetado de sonhos e desejos que, pormenores, ainda dirigem as suas ações e sua constante persistência pela resistência da vida em dias inimagináveis.

Vem segurar a minha mão
já que não somos apenas desconhecidos,
quão mais longe podemos voar
se entre nossas asas,
mãos atadas tivéssemos
melhor apartar doferenças
construir passado com o presente
diferente do que foi pensado.
No momento em que discorda
existir se torna fácil
não existe mais meta a cumprir
fica vazio o caminhão de sonhos
e a escuridão menos aterrorizante
afinal não existe nada em que tropeçar.

Falo de tempo que prova amor, prova amigos, desmascara falsidade no não cumprimento de acordos. E se me refiro a honra quando "h" indica a masculinidade da palavra desdobrada em alguma flexão do tempo, são apenas os humanos que precisam provar a sua capacidade de sinceridade. Sempre que vejo nos animais a afetuosidade mesmo quando não existe qualquer ligação filial.

Alia-te ao tempo, converse com o tempo e assista as alterações que ele causou na sua vida - um belo exercício - que exige humildade para entender cada momento que te direcionou a carregá-lo ou deixá-lo de lado, afinal, quando o ignoramos, ele sempre nos surpreenderá de qual forma e energia, capaz de alterar drasticamente aquilo que desenhamos no papel em branco de nossos sonhos.

Minha homenagem aos meus amigos, àqueles que entraram gratuitamente na minha rotina, fazem parte da minha vida e, também aqueles que deixaram linhas tão belas no livro dos meus dias. Vejo portanto, o tempo como sendo o verdadeiro selo de amores e amizades, o nosso melhor... amigo.


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