Palavras...
sim, as inofensivas palavras quando juntas, vencem a qualquer um, e, quando aplicadas com sabedoria, podem derrotar exércitos...
Me peguei a pensar sobre justamente as peças que amontoo de maneira formar o que chamamos de um texto, ou, como dizem, um folhetim, periódico, um vômito, escarro de consciência... enfim... de qualquer sorte, formado até hoje (o respeitado jornal ainda sobrevive) e dessa informação amontoada de palavras, ordenadas por um escritor, revisadas pela editoração, aprovadas pela Direção, aí estão, circulando diária, semanal ou mensalmente. Essas mesmas palavras, são estas que formam o que descriptografa ideias e permite "eternizá-las" em algum tipo de mídia ou forma qualquer, deixando para todos, um pouco do pensamento de alguém disposto a agrupá-las.
"as palavras traem"
Frase inesquecível que muito ouvi e que acabou por me mostrar a sua força... hoje posso afirmar que, não simples seria descrever de qual forma comprovei tal afirmação, mas sim, as palavras uma vez proferidas, selam acordos e por toda a existência lhes acompanharão. As palavras de cuidado dos pais, para todo o sempre estarão a nos perseguir e comprovar a certeza e a competência de quem as proferiu. As palavras conferem a simplicidade, como podem nos ser complexas, e, o que vai definir o limite entra esta transição é nada senão a nossa instrução, experiência própria de vida que carregamos em nossas lembranças e todo o acesso ao fato correlacionado que tivermos. Palavras loucas, a própria loucura disfarçada e a displicência de diversos escritores em manipular a então vigente censura para driblar os censores com suas jogadas secretas de palavras e subliminaridade inseridas nas letras. Malabaristas que admiro até hoje... hoje... que decepção perceber que, nem isso e nem ao menos o mínimo é feito, a mensagem hoje é livre e pode ser clara e o que é publicado e exposto: exata e somente aquilo que importa, vende, pode ser consumido e valorizado em moeda. Não há mais ideologia, não há mais cultura e qualquer revisão positiva que faça da palavra, o que possamos levar e interpretar como sendo algo minimamente aproveitável... o produto da obra, hoje tem destino e não a necessidade de atingir o ser humano, melhorá-lo, instruí-lo ou indicar um caminho a seguir, hoje a palavra profana a doutrina, o silêncio e o consumo.
Toda essa realidade na evolução da palavra, desconsola a qualquer estudioso da literatura, que, houvera lido o polido texto de um jornalista, que escreveu suas emoções, sua consideração de modo respeitoso com esse sujeito formador de opinião, instrumentação da comunicação embasada na nossa senhora palavra. Hoje a palavra perdeu o valor, pode-se até escrever errado para causar comédia ao conteúdo da informação sem qualquer preconceito ou presunção e, nesta vibe das novidades em poder misturar sinônimos, conjugações, desprezar a arte da escrita como pintura, converte o escrever a algo banal, onde apenas o que importa é: comunicar, mesmo que escrevendo apenas duas letras de uma palavra - afinal temos que ser rápidos e modernos. Gente, só um minuto que eu não estou entendendo: nos achamos modernos em deturpar o que fora criado de modo tão perfeito?
Sim, eu polemizo também a formação, a morfologia e tudo que é agredido pela imbecilidade daqueles que jamais estudaram para dar um nome ao que fazem e o fazem neste formato displicente e desajeitado. Enfim, se esvai como areia entre os dedos, como sumiram os compositores clássicos que, jamais conseguiram - aqueles que consideram-se maiorais renomados artistas, compor uma peça tal qual a mais simples de Mozart - e não conseguirão, pois não vivem no regramento exigido para alcançar tal limite musical para o que nos soa tão complexo, ou, foi apenas o distanciamento do público foco, o atingimento da massa que compra o que é de fácil compreensão, como aqueles que suplantam a escolha de um livro, por um filme - afinal, é mais confortável assistir e apenas ouvir, do que ler e criar mentalmente cenários, perfis, esteriótipos de cada personagem... é demais, me faltam quem? Sim, me faltam palavras e espaço para tanto expressar de uma silenciosa indignação...
A poderosa palavra, insurge em desejos, é a condutora de sentimentos tantos e veste facilmente a capa daquele que se dispõe a utilizá-la, mas... tem, na sua essência, o dom de desafiar a qualquer um, já que, tão difícil é para muitos expôr seu pensamento... e atualmente, continua, graças aos meios globais de comunicação, com o avanço da tecnologia, somos muito menos vocais, muito mais redatores e nessa redação, nos transformamos em ventríloquos de emoções, bibliográficos e, trágicos. Fácil é escrever, fácil é deixar impressão sobre papel ou uma tela branca. A palavra nasceu para comunicar, nos difere de qualquer outro ser vivo, também nos aprisiona à necessidade de sermos coerentes com o formato e a direção do nosso alvo.
minha humilde utilização de singelas e simples composições, quer apenas aqui, questionar como expressa teus sentimentos, de qual maneira informa e transmite o que serve e com isso talvez, trazer mais respeito e educação no trato que damos a esta que formou comunidades, implementou leis e regras, que enfim, nos transformou no complexo de que hoje somos apenas parte.
Regozijo a palavra com minhas palmas!!!