quinta-feira, 21 de agosto de 2014

A felicidade pode estar na memória

Quando me embriaguei da luz da Lua, percebi que somos solidão, nos encontramos em nós mesmos - e sozinhos - para resolvermos aqueles cálculos que a rotina e os destinos de nossas escolhas colocam na prova de nossa resolução. Seguir o caminho de nossas vidas depende sempre de solucionarmos as questões que interferem diretamente da nossa rotina - e melhor do que poderíamos imaginar.

O silêncio do externo faz ver o mundo com a alma aberta, em meio aos gritos dos pensamentos que acompanham este momento. É confortável para quando a alma se agita, galopa pela distância e traz lembranças que escondemos de nós mesmos para deixar mais doce, fácil e confortável viver. Fato; porém não resolutivo, pois até mesmo pelo olfato, por um ato falho e sem preceito, sucumbimos em dado momento na retrospecção que o retrovisor de nossas lembranças nos trazem involuntariamente. Inevitável, sádico e preciso, como o corte de um cirurgião: cairemos indubitavelmente na mesma armadilha da lembrança que nos traz de volta a um mundo paralelo que não conseguimos dominar: nossas lembranças...

O momento bom que um dia passou, que mudou nosso destino e afastou os olhares do tangível toque, sucumbe exatamente no estado congelado de um final táctil: a distância muda e surda, os desejos e os destinos fazem as mãos se soltarem e, neste consequente, até mesmo a resposta à questão do vestibular acaba por determinar o rumo que tomará, sem saber, cortando a corda que um dia nos aproximou e nos uniu.

Não se trata de singela homenagem ou qualquer outra forma de venerar o fato de termo-nos conhecido, mas sim, valorizar o que passamos, o que vimos lado a lado nas noites em que o Luar nos foi então, a testemunha, da trilha sonora da época que, ainda faz parte da minha "playlist" - fato este qual não havia me dado por conta e desta conta, negligenciar jamais, apenas respeitar que, nossas vidas tomaram os rumos que deveriam e, ver-te bem, ao lado de filhos e protegida da artimanha maléfica do mundo, me deixa satisfeito com o desfecho deste pequeno filme.

Feliz é aquele que, capaz e honesto está habilitado a utilizar o parágrafo acima para relembrar!

É fácil portanto, perceber como é simples escrever e valorizar o que houvera feito parte da nossa pré adolescência, porém, quem faz o exercício e tem o entendimento deste fato? Não apenas pela oportunidade de trazer à realidade melhores lembranças, mas também - e porque não -  ser mais grato por ter páginas tão belas escritas no livro de nossos dias. Sabemos que, há uma natural perda de informações da nossa memória sempre que buscamos reler as nossas anotações mentais, mas acredite: o que te fez bem, o cérebro reserva em área privilegiada, diferente das coisas ruins que inconscientemente escondemos, evitando um sofrimento desnecessário. Assim, convido-te a recordar, sim, apenas isso: recordar o que pode te trazer bem estar...

Recorde e reviva o que vale a pena, fuja da realidade sempre que ela lhe pareça insuportável.

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