sexta-feira, 11 de julho de 2014

Espelho - sinônimo de humildade

Muitos acreditam que o espelho seja o sinônimo da vaidade, afinal, à sua frente desenhamos um penteado, cortamos a barba - por vezes com excesso de criatividade - além de simplesmente conferir como está a fachada. O espelho é para a maioria desnecessário, afinal, "...EU JÁ ME CONHEÇO BEM E NÃO PRECISO FICAR ME ADMIRANDO...".

E assim começa o engano que nos leva ao erro. Assim vamos concordando que não precisamos analisar os detalhes da nossa alma e da nossa conduta, deixamos de lado a autocrítica e despejamos toda a nossa atenção para analisar, julgar, pré conceituar a índole, atos, conduta e postura de outras pessoas. Um erro clássico dos egocêntricos que os leva à idolatração de si mesmos, esquecendo de analisar como está sendo visto pelos demais já que acredita ser perfeito, correto e equilibrado quando na verdade, é tão feio quanto aquele de quem debochou em segregados comentários com seu amigo mais próximo e íntimo.
Aquele que mais fala é normalmente o que menos faz, já que precisa de tempo para perder analisando os atos dos outros e se percebe como sendo o melhor e conhecedor de tudo, já que julga, precifica e define como são e como deveriam ser as demais pessoas que o rodeiam. Não entende porém que, precisa dirimir a qualquer um para ver-se superior no espelho imaginário da sua consciência, e assim procede o fim, deixando oportunidades de analisar a si mesmo e a sua conduta para simplesmente falar do outro, contabilizar defeitos piores e mais agravados do que aqueles que, no seu íntimo, sabe que possui e que não consegue ser melhor.
A acidez e a amargura o leva a tripudiar, sob qualquer circunstância, sobre qualquer pessoa que ameace a sua superioridade em um grupo social. Tal como o piadista (que diferente do palhaço) faz rir amplificando defeitos alheios (enquanto o palhaço mantém em si mesmo o cálice das deficiências de qualquer ser humano).
O assunto central aborda a humildade. A humildade de conhecer a si mesmo e da postura altruísta de reconhecer suas próprias limitações para tratá-las, resolvê-las e através desta análise do espelho da alma, trazer na sua rotina o exercício de tornar-se melhor a cada dia, aprendendo a aceitar as rugas, tratar as espinhas e claro, manter-se adequado às regras subliminares que a sociedade lhe impõe. Não é fácil olhar para si mesmo, não [é fácil ouvir ou reconhecer um defeito próprio para tratá-lo ou simplesmente aceitá-lo e continuar a viver corretamente trazendo no seu semblante a cicatriz de um passado doloroso ou purpurinado de erros e defeitos.
O que posso dizer sobre? Nada mais do que, sugerir a análise interior, a avaliação do resultado das próprias palavras, dos atos e do posicionamento aderido a cada fato e assunto tratado. Fazer humanos melhores quando condizer com a razão, colocar-se em sociedade como fundamento positivo, pilar forte da realidade que nos leva ao crescimento pessoal, respeitando o crescimento do amigo aí ao lado. Meu coração olha trôpego para estas palavras que, não mereceriam ser ditas se fôssemos menos pútridos com as mazelas que alimentamos de modo pérfido, indevido e fraudulento, deixando morrer a crença de que os humanos podem sim ser sinceros, românticos, amáveis e, à mínima abordagem, mesurado, aprazível e honesto.

Olhe mais para o seu espelho, questione e avalie a própria verdade, questionando a retidão e legitimação do próprio desejo de vencer, sem que para tal, angustie-se com a luz refletida sucesso, ou pela simples paz dos teus convivas.

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