"All in all it was just a brick in the wall
All in all it was all just bricks in the wall"
O posicionamento anarquista sempre foi reprimido por atitudes espartanas. Protegidas por penalidades que encontramos sempre expostas na jurássica dinastia dos reis. Porém, quem são reis? A qual demanda foram eleitos? O que é uma eleição quando tratamos de um reinado? Não, não haverão regras e sim desejos, desejos ímpares e solitários a serem acatados por todo um povo, para o sofrimento de uma multidão que marcha, que apenas compõe o muro que defende com seu sangue, o medo que expõe aquele que dita regras, leis e normas - seus desejos enfim.
Vejo ao contar os tijolos de um muro, a medida exata daquele que o ordenou a construção, mostrando claramente o medo que tem da vida, dos demais. Medo de ter roubado, tudo aquilo que impropriamente roubou de outras pessoas e agora, busca proteger o resultado do seu sucesso, esconder a vergonha do assalto materializado nos bens que defende, esconder a vergonha de uma honra abalada pela perversão, pelo insípido movimento, pela vergonhosa falta de sociabilidade.
Não posso julgar os motivos incertos de um momento de fraqueza, mas o medo da vida, o medo do embate, cria muros que impedem a visão do mundo, que desonram as famílias, que implicam nas vidas alheias e fizeram perder o momento em que a sua vida passou por todos sem deixar um rastro de luz, sem um delicioso paraíso momentâneo que lhe valesse o esforço da rispidez. Nada mais deselegante do que o concreto e as grades, nada mais triste do que a frieza da construção férrea de sermos demasiadamente pequenos para olhar nos olhos e, colocar interlocutores entre nossas conversas, impor desnecessários desafios para encarar a simples vida, que se resume em dormir, acordar, lutar e por alguns instantes, trazer para o momento de prazer que nos orgulha pelo sentimento de merecimento que nos completa.
Jamais contei com a necessidade de soldados à frente, limitando a passagem e o acesso do inimigo além das trincheiras, evitando que participasse do embate da vida, jamais deixei o orgulho me impedir de ser humilde e ressaltar com orgulho as vitórias dos meus amigos, jamais impus barreiras que inibissem o acesso ao que compreendo como sendo a única possibilidade de continuar a olhar no espelho da honra, com toda a coragem, com o mesmo olhar que encarei cada desafio. Então, como explicar a mítica sensibilidade que impede o ser humano de considerar-se igual como o é por sua natureza e eloquência? Será demais pedir a igualdade? A horizontalidade que hoje vi numa aula de humildade e relevância sobre o que me parecem assuntos influentes em nossa rotina?
Hoje o texto, a ideia tem diversas interrogações na sua receita, propositalmente Já que temos o dever de nos questionar sobre nossas expectativas em relação as pessoas das quais esperamos atitudes, reconhecimento e clareza, quando o que vemos é nebuloso e dissimulado, furtivo e farisaico. Não trago fórmulas milagrosas, sequer solução, trago questionamentos que talvez, nem por todos os dias pensamos ou realizamos, pois a nossa rotina esgota e sufoca a nossa capacidade crítica, a racional... um simples detalhe que uma vez diferiu-nos de todos os animais...
Enfim, deixe de ser tijolo par ao muro alheio, não aceite a obscuridade e a impunidade presente naqueles que dissimulam a verdade tendo em vista apenas a própria segurança e estabilidade que, com a sua anuência, permanece impune enquanto, permanece tu, cego!