sábado, 21 de maio de 2011

Reciclagem de Informação


A novidade do momento dura pouco hoje em dia. De um momento para outro, seu bólido ora novo, um lançamento, já é ultrapassado e não roda os mais novos aplicativos. No intervalo em que escrevo estas palavras, uma nova tecnologia invade o mercado. Muito mais do que as criações culturais que tanto fazem falta para a instrução da população.
Nasci em uma época em que a busca pela informação exigia muita leitura e a pesquisa tangível no folear dos livros, enciclopédias e anotações. Época em que muito mais se criava, menos se mencionava, ou ainda, plagiava-se a construção literária alheia. Hoje o copiar/colar, as ferramentas de busca e a inundação da informação que há nas databases mundias, acabou com aquele romantismo, com aquele trabalho muito mais real e tangível. A música hoje não exige mais o doce trabalho de sair de casa, desembolsar algum dinheiro e voltar para casa com um “bolachão” que trazia além de faixas gravas em uma mídia que hoje faz parte apenas das prateleiras dos colecionadores e dos sótãos daqueles que não conseguem exercitar a arte do desapego e não deixam de guardar as raridades de outra época nem tão distante. Atualmente, escolhe, busca e baixa – 100% virtual, até mesmo o pagamento não mais envolve algum dinheiro tangível, amassado, rasgado ou suado. São apenas números, assim como a música digital, o dinheiro e toda a comunicação dos equipamentos.
As amizades começam virtualmente, olho no olho, só se a webcam estiver funcionando e nossas emoções, as publicamos nas páginas de relacionamento. Acabou...
Voltemos nossa atenção para a informação: o maior problema das pessoas desta geração virtual, e, sem dúvida, a capacidade de filtrar e selecionar as informações importantes, ou relevantes. Já que, se abrirmos nossa mente para tudo que nos é oferecido, nos faltaria tempo em um dia para ler toda a atualização que é diariamente publicada e postada na web. “É importante”? - essa é sem dúvida nenhuma a pergunta intrínseca  que nos fazemos quando nos deparamos com mais informação chegando pelo celular, pelo microcomputador e os demais recursos hoje criados para aproximar e manter cada vez mais, as pessoas conectadas, ligadas e com a atenção voltada para um produto específico.
Trata-se portanto, de comércio, o comércio da informação: quanto mais tempo e mais olhos estiverem absorvendo uma determinada informação, mais vale o espaço, mais caro se faz o milímetro à venda, como um loteamento virtual do espaço. Assim como são vendidos os espaços de um carro de competição, o macacão e o capacete de um piloto.
Onde fica, portanto, a visita ao amigo? Distante, já que não precisamos mais visitá-lo, apenas pedir sua atenção por algum sistema de comunicação virtual e todas as novidades estarão atualizadas.

Esta é minha vida, é a forma de expressão, já que não há mais lápis em minhas mãos e a faculdade não tem mais professores e nem me faz sair de casa para estudar... meus amigos dão gargalhadas digitais enquanto outro cria uma caricatura de si mesmo sem usar pincéis, outros ainda, com um click selecionam o álbum que querem ouvir, não retiram da capa e do plástico, um pedaço de plástico com micro ranhuras impressas.

E apesar de toda a disponibilidade de informação, são experiências reais que nos fazem felizes de verdade... é o contato com amigos e com as coisas do mundo que nos completam. Nada melhor do que poder aplicar o conhecimento, fazer real toda a teoria que nos superlota a mente.


Agora vamos mandar o texto, claro, sem a necessidade de utilizarmos os correios...



Abstrato.

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