sábado, 2 de abril de 2011
Da angústia ao insensato...
E mais uma vez me vejo esperando. Esperando pelo momento certo. A espera é a mãe da nossa impaciência tendo o tempo como pai e algoz. Não distante da angústia, parente próxima que nos faz perder a noção exata do custo das horas, deixa a todos esperando por um momento que custa a chegar e quando assim, parece voar na imensidão de um desconhecido universo que gira contrário sempre aos desejos e sonhos das pessoas.
Ao passo que arquitetamos um final de semana que promete ser de diversas atividades, confrontamo-nos com o desconhecido, baseado no desenho de um perfil, a silhueta de um momento que colocamos em cores na nossa imagem refletida do que seria ideal, feliz e agradável. Como o momento non sense é sempre novo e traz momentos e situações que são inesperadas ao que deles esperamos, nos resta apenas aceitar que os planos sejam portanto, alterados pelo acaso e pelos protagonistas deste instante esperado e tão modelado em nossa persistente angústia da espera.
Eis que então aqui me vejo, a uma hora do momento em que ocorrerão os fatos então descrito no livro dos dias e, neste instante momento, me resta não mais senão esperar pelo dito instante em que entrarão pela minha porta, os convivas que farão parte deste instante de história. Assim como esperei por tantos momentos a presença incomparável da pessoa por quem posso deixar desta vida, pelo simples motivo de sua proteção.
Agora que aqui, no descanso de suas atividades, fico a pensar e lembrar dos momentos em que tão só me senti e queria por sua presença mais próxima de mim.
Longe demais de nossas articulações pragmáticas, me encontro fazendo planos, olhando sempre à frente da realidade e, neste momento, percebendo que estou deixando o momento presente ser subtraído pela minha eterna busca pela hora seguinte, pelo dia que pode, portanto, vir a ser sem qualquer compromisso com os planos e metas por mim desenhadas no mapa de minha insanidade. É demais estranho realizar qualquer instrução de paradigma com o presente, tendo como princípio o incerto. Correto, portanto, seria viver o presente, orgulhando-se e alimentando nosso conhecimento informal do passado. Deixando tranquilo que as horas e o futuro em si, cheguem e façam parte de nossas histórias. Tão mais simples viver nesta condição de despreocupação formada apenas pelo posicionamento presente, centrado na base sadia e profunda de nossos pés, interagir apenas com o que nossas mão possam vir a tocar e, sem mais, deixar, tal como a esponja, que o incerto seja absorvido pela rotina de nossos dias.
Passaram-se não mais que 10 minutos entre a minha ideia de reproduzir estas sinopses de um simples momento de angústia e agora, que de volta à razão, percebo quão tranquilo é ter um simples momento onde compartilho apenas da minha própria realidade que consiste em apreciar a felicidade de sempre poder esperar por amigos, esperar pelas pessoas que amo, esperar enfim, que cada momento seja tão especial quanto aqueles que passaram e que ainda estão por vir.
Abstrato.