Aquele tão comentado jornalismo investigativo que leva a prisões, apreensões e rubor nas faces da justiça, foi, na semana passada, um dos motivos que fez com que o Capitão do GATE de São Paulo não acabasse com a novela do seqüestro da menina Eloá antes que o pior viesse – como veio – a acontecer.
Frase pesada e de análise complexa, mas, em suas próprias palavras na póstuma entrevista que deva aos meios de comunicação, explicou que teve por 3 vezes a oportunidade de acabar com a vida do seqüestrador, mas que não o fez, pois seria cobrado por tirar a vida dele antes que fizesse mais do que manter em cárcere privado, duas meninas na mira de seu algoz revólver que, consoante aos seu “amor”, tiraram a vida da menina pelo motivo de não ter na relação entre eles, interesse.
Pois bem, a sociedade tem mais um dilema oriundo das regras que ela mesma cria: Direitos Humanos... até qual momento, determina-se que alguém tenha Direitos Humanos? Seqüestrar, ao que leio, ainda assim garante direitos humanos ao agressor, enquanto que os seqüestrados têm o direito de manterem-se no papel de vítimas? E a amiga, então foi a culpada por voltar ao apartamento para tentar resolver de maneira racional a situação que o amor criou.
Este fato me retorna a mais uma falha da equipe de apoio psicológico, especialistas em seqüestros, exímios negociadores - em assuntos relacionados a direitos humanos, valores, helicópteros, carros para fuga e dinheiro. Pois bem, Dr. e o amor? Como negocia um coração partido? A vingança de um traído? Rsss... Chamassem então por um romancista, uma empresa que venda o produto: reconciliações para casais em crise... rsss
Não é, jamais, um assunto para rirmos, porém, Eloá precisa descansar e nós, aprendermos com os fatos, ninguém, nada trará devolta à vida a pobre menina que, foi sentenciada pelo pré-julgamento a que não se dispôs o Capitão da equipe tática de operações de resgate, a falta de “sensibilidade” do especialista em negociações que fica sem bateria no celular e por isso não mais fez contato com o seqüestrador... tsc tsc tsc... nem merecem os comentários que poderiam ser tecidos por este detalhe que pode ter escapado ao senso crítico da maioria dos tele-espectadores...
Enfim, meus amigos, não me julguem pela frieza com que trato a questão, mas se olharmos para o modelo de atitude das equipes táticas e suas ações em relação a estes conflitos nos países de primeiro mundo, veremos que muito antes de fazer mal a alguém, agressores são detidos pelas forças especiais com o rigor que o momento sugere e não com o despreparo de uma equipe que explode uma porta sem noção dos obstáculos que por trás desta se escondem...
Foram mais de 100 horas de agonia para concluirmos simplesmente que a clemência sobre a vida e a morte caiu sobre a alma errada, ou correta? Deus quis assim?
Abstrato.