sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Escrevendo à caneta

-Quando compomos nossa vida, temos que lembrar que a tinta não se apaga-



A vida como se fosse um livro, é escrita, dia a dia, ação por ação, com uma caneta que jamais permitirá correções posteriores- jamais conseguiremos apagar e tudo que tocarmos deixará uma marca irreversível e impossível de ser removida. Assim, sabe que todas as tuas ações, todo o teu passado não pode mais ser alterado ou requalificado num plano diferente da realidade, em contrapartida, as pessoas continuarão a ler este livro e, sempre, lembrarão das passagens mal escritas, intrigas pequenas, sorrisos e lágrimas que ficarão para sempre escritas mesmo quando não mais lembrar do sentimento aquele que sentia quando via a pessoa que era mais importante na sua vida.

Na mesma analogia temos o futuro, se colocando como um caderno novo, jamais escrito e que, por sobre este, poderás colocar a tua nova história, os teus desejos de mudança jamais se aplicarão no passado, sempre aplicar-se-ão ao teu futuro, onde podes ainda escrever com a caneta do livre arbítrio e com ela, fazer uma nova história, senão, continuar a cometer os mesmos erros, repetindo os mesmos gestos nas novas páginas dos teus dias, ensinando, vivendo e sonhando, buscando o sentimento diariamente renovado da importância que tem, aqueles verdadeiros amigos, amores, o que quiser dizer, portanto, diga enquanto reconhece a pessoa como sendo aquela que julga ser e conhecer. O tempo borra mas não apaga na iniquidade de uma fração de segundo, perdemos ou ganhamos, na importância distinta que existe entre o bem querer, o amor e a amizade verdadeira.

Tenha cuidado para quando o vinho acabar, pois sozinho, ninguém virá apagar a luz, fechar a janela e desligar a TV e, sozinho, não verás o amanhecer e nem mesmo o sol nascente e aquelas pessoas que estão lendo isso, mudarão irreversivelmente  sua opinião sobre você. É grave quando verificares que não há ferramenta reparadora e sim, apenas aqueles amigos capazes de te reconhecer mesmo em meio a erros, concedendo o perdão - se há como chamar assim - para que não tenha motivos que impeçam a constância dos laços que te ligam ao mundo. Vejo chegar mais notícias, mais informações que compõe a nossa vida, influenciam na nossa história e destroem senão, o plano inicial da tua composição.

Comprei uma caneta nova, um caderno novo e decidi começar a escrever, escrever com os amigos e com as pessoas importantes na minha vida, como aquelas promessas de final de ano perfeitas e que te viram do avesso, mas não, apenas pequenos ajustes de rota para sempre melhorar e manter a história interessante para os leitores que vieres a conhecer. Dentro desta filosofia muito vista em todo o recomeço, é difícil perceber onde começa uma alteração, não apenas para aquelas pessoas que estão ao seu redor.

E no filme feito baseado na sua história, a cena no cinema fica então em preto e branco, como quando olhamos para a memória que nos é dada em sonhos, como quando não existe gosto na comida que acabamos de comer, mas não podemos fazer desta maneira um final diferente se não houver algo que interfira na realidade matematicamente calculada de seus sonhos...

Então desista de escrever de modo calculado para que alguém leia e goste do que lê, escreva à mão livre, sem medo de ferir alguém, pois quando escreves para alguém, deixa de ser o escritor e passa apenas como escritor de novelas que são decididas pelo ibope que as palavras darão... amar é bem melhor do que simplesmente passar pela vida como um cometa errante que consome-se no vazio de uma noite escura. Esqueça os erros do passado e passe a escrever sua nova história com sua própria autoria... é bem mais divertido!

Abstrato.


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