Um grande desafio não?
Falar sobre o intangível, sobre aquilo que sentimos - cada um com uma intensidade, cada um com um propósito, foco e fim - e ninguém é capaz de ensinar-te como evitá-los ou mostrá-los, apenas sentir, sozinho, degustando da solidão, da escuridão, escrevendo o próprio livro dos dias, sofrendo ao certo, por nem mesmo imaginar poder explicar o que mesmo é sofrer ou onde mora a felicidade que buscas com tal intensidade. Sentimentos, tão complexos como tentar explicar o gosto e a sensação de morder uma maçã para alguém que não o pode fazer. Estou aqui a olhar para uma lista de maçãs, bananas, abacaxis e outros sentimentos que nem sei por onde começar e me arrepia o medo de não conseguir nem mesmo concluir o post em questão, ao qual me propus humildemente, claro, procurando ignorar a teoria e aplicar sim, sentimento que vejo em outras pessoas e a carga histórica que tenho das minhas próprias chagas. Afinal, impossível ser feliz sem nunca ter sentido uma tristeza para reconhecê-la e valorizá-la.
Nessa busca pelos esclarecimentos que nada e jamais serão claros, mergulhemos, um a um, nos sentimentos e sensações extrassensoriais que contemplam a camada mais linda e individual de um ser humano... portanto, que abram-se as portas dos sentimentos e boa leitura aos incautos devoradores...
- -Vergonha
- a vergonha... mais simples e logicamente vem à mente, aquele momento embaraçoso que por qualquer motivo qual aqui não faz diferença, nos causa recato que desabona a nossa integridade moral, resultando na simples vergonha social e externa.
- Mas não, a vergonha aqui vem encontrar outra função de suas indenizações, ressaltada quando, por surpresa e ausência de expectativa, somos surpreendidos por uma presença ou apenas palavras de alguém que, apesar de demais sonhar, jamais esquecer, fica por distante e parece-nos a cada dia mais intangível, sobre loucuras não vividas em um tempo que jamais tivemos. De uma música que nos leva a um sorriso solitário, eis que num inadvertido encontro, a surpreendente revelação da materialização e tangibilidade do outro, nos reflete de alegria a extrema vergonha, contida e expressa pela incapacidade motora, ou vocal.
- -Frio na Barriga
- repleta de sinônimos também hipérboles metáforas, como a girafa que mora no meu estômago, as borboletas do estômago, etc... uma ausência de auto-confiança, abalada pelo sentimento sublime, normalmente retrata a descoberta de alguém especial que, por demais procurado, jamais imaginado, sim, materializado em um sentimento especial de êxtase e metaforizado pelos reflexos corpóreos. Nesta sensação de queda livre, somos lançados em sentimento e andamos sem sinto de segurança, caminhamos sem segurança sobre o fio de um sentimento que não é tocado com frequência e por alguns, jamais no entanto.
- -Ansiedade
- Louca ansiedade... a doença do futuro, corrompe os ponteiros do relógio e vai além do que pode se cumprir qualquer expectativa, mas não simplesmente qualquer ansiedade, mas a vontade de rever, o sentimento de ausência e vazio que toma conta e é expresso pelo suor frio, pelas unhas rasgadas, pelas palavras trôpegas que chegam como rajadas mistas de sentido a conseguir de volta a atenção, a emoção ou o calor da proximidade de alguém. A necessidade sem qualquer fim ou explicação, agoniada necessidade de, um nada, ter ou receber em forma concreta ou simplesmente um olhar. Louca ansiedade de chegar sem razão, amar sem limitação, falar sem restrição ou censura.
- -Susto
- Aqui reconhecemo-nos corajosos -ou não- é no assustar-se que nos revelamos despreparados para uma notícia desfavorável, uma situação que não condiz com sua rotina. Fato ou informação surpreendente que, tem um abalo como resultado e, conclui-se em um susto, justamente quando, em momento de repouso, somos trazidos a uma realidade para a qual não estamos preparados. Sob uma ameaça, um risco real sobre o acontecimento que conclui o temor, resulta também em um susto ou surpresa. Mais comum no formato de informação ou sacanagem mesmo.
- -Surpresa
- A abordagem de um sobressalto não poderia vir sem a companhia da senhora surpresa... eu mesmo me surpreendo com as pessoas, por vezes, por excesso de confiança, outras por sua maturidade, infantilidade, ignorância (sob algum tema) ou ainda por simplesmente, receber presentes temáticos sob forma de palavras que jamais imaginara ouvir (ou ler). E assim se concretiza aquela sensação momentânea do novo ou do impensável que nos traz a uma nova sensação (seja ela boa ou ruim, agradável ou desconfortável) mas que, de alguma forma altera a situação amorfa de nossa inevitável continência à rotina e normalidade. Quando pois de súbito, por resultado de espanto (ou susto como acima), onos causa estranheza ou deformação da nossa realidade, crença ou sonho impossível.
- -Raiva
- O momento súbito em que acessamos campos reacionários de nosso subconsciente, cegueira da razão momentânea insurge, tal qual uma erupção, em um canal direto de nossos rancores, dores, pensamentos maus, caindo como cachoeira em nossa consciência, negando qualquer temor à lei que conhecemos, da sociedade e da convivência. Porém, pode ser, não de tal forma pura e impulsiva, por vezes, a raiva falsinha por um simples apelido (ou nome do meio) que não gostamos, mas que marca desta forma, carimbando o formato do contrário gostar. O abandonar da serenidade, soltando as mãos da moderação, nos coloca frente a essa cólera doce que descarrega por vezes, frustrações sobre outra pessoa ou objeto, que em nada contribuiu para o acúmulo desta. Por vezes, seguida de grande sentimento de arrependimento e dor, não pode ser controlada em doses homeopáticas, mas acariciada pela razão em função da convivência social do ser humano enquanto objeto social.
- -Desejo
- Ish... como ser completo ao desenhar o desejo... monstro que nos move em função de algo que queremos, como objeto de cética e homera busca. Ambição que nos impulsiona com aspiração para alcançar e deter, conquistar ou simplesmente, ter o respeito de tal, igualar-se ou superar, satisfazendo a determinação que o criou. Confundido e difundido pela atração física e carnal, simplificado no termo que passou a abordar com mais franqueza as intenções de homens e mulheres, livres de amor ou qualquer outra forma de atração, considerado simplesmente como a caricatura do desejo.
- -Emoção
- Resultado psíquico, físico e aparente... a emoção tem vias inter relacionadas entre o sentimento então descrito e sua reação física, tem ocorrência sob efeito conclusivo relacionadas com a alegria, a raiva, alegria, tristeza... é o cume alto da montanha dos demais sentimentos, apogeu resultante da expressão de sensações que nos ocorrem no decorrer da vida. Louca emoção que buscamos sempre que investimos, arriscamos, encontramos, conquistamos ou perdemos... salta aos olhos em forma de lágrimas, expulso por saltos ou contida como um simples dilatar de pupilas.
- -Saudade
- Saudade... como explicar a saudade... senão por senti-la, como sentirei sempre que sinalizar um texto, sempre que me despedir, saudade que nos corrói em forma de ácido da ausência, da lembrança associada a perda - momentânea ou eterna - de algo ou alguém. Sempre alimentada pela distância e a ausência, a saudade evocada pelo vestígio deixado por um momento bom, por passagem que, de tão marcante, nos refere a revertê-la. O sujeito da frase que tem como objeto, algo melhor, seja um momento ou situação, em relação ao que vives na autoridade do tempo atual.
- -Tristeza
- Ô tristeza... aquela velha amiga que nos visita sempre que relembramos momentos, pertences ou coisas boas que fizeram parte de nossas vidas. Evocada pela lembrança de algo que nos fez bem, transformando nosso estado de espírito, colocando o coração num estado de aperto ou batimento sôfrego. Desmistificando esta, tristeza que nos faz encontrar todos aqueles que tem qual sofrimento que são incapazes de, sozinhos, deles livrarem-se ou eximí-los. Responsável pela mais belas canções criadas.
- -Alegria
- O grandioso regozijo da alma, impulsionado pela conquista, vitória ou alcançar de um objetivo. Entusiasmo composto pela emoção, fácil de encontrá-la entre pessoas de sucesso, com objetivos alcançados, ou senão, que caminham passo a passo em busca de uma realização, exultando o alcance de cada etapa de seu caminhar sem a desistência ou cansaço dentre os percalços de uma estrada.
- -Orgulho
- O vilão maior daquele que busca a retidão de uma vida, vem atrapalhar os relacionamentos, inibir as ações corretas e naturais, esperadas pelas pessoas racionais. Amor próprio e vaidade exaltada, no excesso dos espelhos refletindo a si próprio, quando penso que, é como sal ou pimenta: deve ser usado com cautela, dentro de uma normalidade para não estragar a figurativa e entusiasmada relação humana.
- -Decepção
- O desapontamento recheado pelo desengano, a triste, longa e dolorosa queda em realidade por algo da qual escondia-se aos teus olhos. Sem mais, o afrontamento com algo que contraria a expectativa.
- -Solidão
- ...o sentimento que provem do mais triste desamparo, no ermo profundo receptáculo da exclusão, retiro solitário, triste e desconjunto de qualquer companhia, normalmente aparente quando a realidade, inversa ao passado, sugere a ausência de alguém ou algo então querido.
Como pode ser observado, nada fácil, quase impossível... mas enfim, fica a dica: todos estes elementos fazem, farão ou fizeram parte da vida de todos e, o doce gosto da vida está em saber elevar o pensamento, viver na retidão, na sinceridade e ter sempre no coração a bondade, independentemente da religião e das crenças pessoais, todas pregam o bem acima de tudo e, o que vale mais? O que pode salvar a sociedade e a convivência pacífica senão o melhor tratamento para todos os males?
É o que penso e como gostaria de reconhecer também em todos os meus amigos...