"A caverna é o mundo ao nosso redor, físico, sensível em que as imagens
prevalecem sobre os conceitos, formando em nós opiniões por vezes
errôneas e equivocadas, (pré-conceitos, pré-juízos)".
Fonte: http://www.brasilescola.com/filosofia/mito-caverna-platao.htm
Hoje resolvi abrir as cortinas do meu comentário com a passagem acima, um estudo, descritivo relacionado ao Mito da Caverna de Platão. Passagem esta que nos remete a tudo que vemos e percebemos em nossa vida empírica, plástica e terrena, completa por formas mal compostas e ideologias vazias de razão ou critério. Banhado por uma onda de modismo e conveniência, sem qualquer convicção que faça brigar por ideal que não seja o comodismo e conforto pessoal e empírico.
Engolimos mais uma notícia inédita por hoje: a trágica morte do ator Robin Williams, conforme fontes relevantes, vítima de suposta asfixia voluntária - vulgo suicídio. Amanhã, um quadro na parede, e a vida segue com outra besteira da internet, sem fonte ou forma relevante e então pergunto: o luto e a divulgação massiva da informação é o que? Sentimento? Quem lembrava-se dele? Quem curtiu seu último filme? Sabe ao menos qual foi a sua última participação profissional nas telas ou mesmo na sua vida social e comunitária? NÃO - é claro - mas é bonito colocar-se como chocado pela morte do ícone, detentor de lágrimas exuberantes devido a suas performances na tela dos sonhos... mas, e aí? O que tens a me dizer sobre isso além de um báááááhhhhh???
Amigos, mais franqueza e menos hipocrisia aqui comigo: mais de 30 compartilhamentos da mesma notícia: é falta de o que informar? É exercício simples da fofoca digital?
E se ao invés de metralhar a rede social com uma informação mundial de falecimento, pensássemos além das fronteiras de nossa película social, colocando seu pensamento à discussão, deixando que se formem - pela liberdade de expressão - defendida pela constituição, algo que nos possa fazer construir mais do que apenas a ideal vida que ninguém tem? Parece meio trágico mas responder sempre "tudo certo" quando te perguntam como está não é sincero, as fotos sorridentes de momentos ímpares não são sinceras ou dignas de aplausos. As vidas - todas - são feitas de momentos efêmeros de felicidade, angústia, dúvida e claro, medo. Mas a sobra refletida das estátuas nos deixa viver bem, sentirmo-nos soberanos de nossa ignorância e devassidão, perdidos entre as imagens disformes da felicidade alheia, não mais questionamos toda a miséria da caverna que existe no peito de cada um.
E então, correto é vangloriar-se por conceber um monto externo sempre lindo? Enquanto isso o palhaço chora no camarim pelas reais perdas de sua vida, o artista do mundo perfeito do cinema, não suporta a própria existência e acaba com ela num ato fraco, enfraquecido por seus motivos, por sua solidão. Solidão; quem morre, morre sozinho, quem chora, chora sozinho e sente sozinho. E neste momento, onde estão aqueles que se importam com a situação, estado e sentimento deste que se fechou em si mesmo e por extremo ato de egocentrismo, acaba com a própria vida...
Talvez por tristeza sim, exponha de tal forma minha indignação com a plástica vida digital, com a falta de realismo das pessoas que nasceram sob o carpete, conhecem animais e plantas através de programas de TV, não tem mais o senso do empirismo, não constroem sua ideologia baseado no estudo dos fatos e da real prova do gosto de cada fruta. Compram gratuitamente as ideias alheias e defendem bandeiras que nem ao menos sabem seu real significado e assim, o mundo ruma ao incesto, à perda de tempo com o que não agrega, dirige-se a sucumbir no mesmo buraco de ignorância de onde partimos para criarmos a sociedade que hoje é formada por estrategistas, formadores de opinião que corrompem a verdade, acorrentando a todos com a alimentação da irrealidade digital, escrevendo a verdade que consomem crentes, destinados à estúpida vida que lhes foi desenhada.
"Portanto, a alegoria da caverna é um modo de contar imageticamente o que
conceitualmente os homens teriam dificuldade para entenderem, já que,
pela própria narrativa, o sábio nem sempre se faz ouvir pela maioria
ignorante."
Fonte: http://www.brasilescola.com/filosofia/mito-caverna-platao.htm
Leia-se a "maioria ignorante" como sendo àquela que, desenhada milimetricamente desde o nascimento, não teve o estímulo do pensamento liberto, não recebeu a chance de pensar por sua própria consciência, recebeu contrário a isso, as drágeas homeopáticas que lhe direcionou a confortável ignorância da sociedade perfeita.
Sugiro pensar, ler, criticar, positivamente, as verdades que nos vendem...