sábado, 19 de abril de 2008

Quem?

Quem?

-Conheces os índios?
Já pensou sobre a cultura que envolve uma tribo?
Quando penso na nossa cidade como uma tribo, percebo o quanto a sociedade formada em torno desta praça é culturalizada, real e mística. Qual a importância que tem para o conselho geral o que a sociedade define como prioritário... acho que quando estamos inseridos no contexto dos acontecimentos, de certa forma, moldamo-nos aos hábitos de um grupo. Ao que refere-se aos horários, gestos e atos de cidadania, o contrário, também válido.
Vejo claramente que há várias espécies raras dentro de um meio tão simples, moderno ao que se refere à tecnologia, tão rústico ao que se refere aos conceitos. Não sabem, mas enquanto limpa a calçada, ratos correm pelos esgotos e sujam as veias de todos...
Como podemos então ver aquilo que está além do câncer que se esconde nas entranhas de uma cidade que, para manter o status esconde as suas feridas e os podres dentes que caem de sua boca? Se tudo sempre foi tão perfeito, porque ainda temos pessoas que se julgam superiores onde deveríamos ser cidadãos para vivermos na igualdade? Ainda paira nas cabeças pensantes os roubos, a vergonha que se viu em administrações, na impunidade, na incapacidade... na vergonha de facções absurdas, e, mesmo por saber de tudo isso, “todos se conhecem” e nada então pode ser feito...
Coisas que me entristecessem e me fazem ainda remeter àquelas pequenas mazelas que nos acabam manchando a memória devido a pequenos eventos isolados, mas inesquecíveis. Pérolas da desgraça humana como uma pequena abertura na caixa de pandora, de onde as mazelas mais infames do ser humano sopram, como fantasmas a assombrar as famílias, sendo na impunidade, na mentira, na prostituição assistida, no erro abafado... mesmo nos extraditados, aqueles que tanto mancharam seu caráter que sumiram, hoje são exilados, aos pares, longe da memória fraca daqueles que esquecem os erros, aqueles sedentos por novidades quentes e, que, ao mesmo tempo, esquecem o passado tão rapidamente...
Não vivamos do rancor, mas sim, usemos isso tudo para podermos um dia melhorar quando crermos que estamos remando para uma cachoeira, indiferentes às pedras que nos esperam lá embaixo.
Que seja calma a mudança, como uma maré que sobe e desce sem que percebamos, mas que seja... uma mudança.

Abstrato.

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