Este texto escrevi para um grande amigo que nos deixou antes da hora, antes que pudéssemos mais aprender a viver fácil, viver melhor... antes que mesmo tenha desejado partir...
Mas como diz Renato Russo: “os bons morrem antes...”
(A)deus jamais!!!
Ouço ainda teu sorriso pelos corredores,
Ainda escuto o som de sua moto,
Ao orgulho pelo dever cumprido,
Ao desejo de sempre fazer algo mais por alguém...
Nunca teve nada...
A sua nutrição era a paciência.
Deu tudo que possuía mesmo antes de nos deixar...
De igual nem mesmo reflexos poderiam criar...
Nas palavras jamais poderá caber de forma exata,
Sempre haverão mais e mais palavras a serem escritas...
O que se passa pela cabeça deste louco escritor?
Que encerra a participação de personagens sem a menor explicação?
Gostaria que a tinta não tivesse acabado,
Que seu desenho continuasse pintado no nosso presente,
Vivendo de mais dias e mais anos,
Nutrindo a verdade de que pessoas boas ainda existem,
De que o mundo não está por todo corrompido,
Por certo, estás bem...
Jamais vimos-te mal,
Jamais desejei o sonho incompleto,
Não mais necessita das canetas de um louco amador,
De um escritor indeciso,
Não mais precisa compor um gran finalle,
E seu sorriso ainda nasce naquelas manhãs claras de primavera,
Ainda assim consigo ouvir sua voz no vento,
Sempre verei seu rosto nas nuvens e,
Onde quer que estejas,
Aquelas todas coisas em que tocaste,
Viraram por certo,
Ouro que guardemos nessa vida terrena,
Jamais por sim perder o contato com tal grande amigo,
Com desejos de que sempre estivéssemos juntos,
Com o mesmo sentimento de que amizades não se partem,
Apenas afastam-se por algum tempo.
Assim como acreditava no amor,
Acredito na nossa redenção.
Fica em paz...
Abstrato.
