Analisando um brasileiro
E então inicia o ano...
E lá vamos nós recolher os mijados e retornar na tortuosa estrada que leva (e traz) do mar.
Quando as coisas se repetem, deixam de ser novidade, profecia, indulto ao infame desencontro daquele que, desprevenido, se vê em meio a um engarrafamento que, por consequência lhe prende em um arranca e pára de mais de 12 horas.
É neste modelo de repetição daquilo que é clássico no lixo comunitário de reclamações socialmente desprezíveis - vulgo facebook - que vejo as reclamações de que está quente no verão e frio no inverno, assim como a rota do sol está cheia, a praia está imunda e o chocolatão (como se fosse novidade) está designando o nosso oceano atlântico quando banha nossa areia de fazer concreto.
Minha gente, é retórico e pedante essa discussão, assim como todas as reclamações sobre as ocorrências que se repetem em nossas vidas e na contínua e fracassada sequência de fatos que nos cercam anualmente, assim como as fases da lua ou as estações do ano, ou ainda, a apresentação do Roberto Carlos na televisão.
Pois bem, será que, para darmos acabativa ao mimimi relacionado a tranqueira do vai e vem ao litoral, tenhamos então que distribuir voucher's numerados de acordo com a ordem de cadastramento dos veículos que pretendem dirigir-se ao litoral? Porque, salvo alguma específica ação relacionada à operações de tapa-buraco, não houve duplicação da rota, não houve sequer, um trabalho de paisagismo ou repintura especial de final de ano. O que ocorreu sim, foi a mesma ação policial de suporte aos motoristas "desavisados" para que cumpram com as leis de trânsito, ostentando suas viaturas e radares, além de outros argumentos para limitar a ânsia da chegada ao extremo território que banhado pelas salgadas águas do mar, aguardam com desagrado, o ímpeto dos turistas.
Mas será de novo assim, já preconizava o radialista informando que fariam plantão com a unidade móvel para dar a informação sobre o trânsito nas vias (porque? Eles são videntes? Eles tem uma informação privilegiada?) de acesso ao litoral, onde já previam o atrolho dos veículos sedentos por acesso às praias do Sul.
Eu tenho um sentimento de quase-pena dessas criaturas que acreditam que, mesmo a indústria não tendo parado de vender carros, as pessoas não se mudaram para o litoral, a estrada não sofreu duplicação, triplicação ou algo que aumente a sua capacidade de carros por minuto... por que achavam que fariam o caminho de 2 horas em menos de 1 horas e com que argumentos conseguem ainda vir à publico, reclamar dessa demora?
Precisamos ser mais sensatos... precisamos olhar em volta e nos prepararmos gente, não é por termos um automóvel ao nosso dispor que podemos então sugerir sermos donos do tempo e da vontade alheia. Não cabe a sociedade inteira na mesma condição, e, assim seria um caos se todos fossem ao shopping ao mesmo tempo, se todos utilizassem simultaneamente da rede de hospitais, supermercados ou qualquer outro recurso.
Vamos ser razoáveis e criativos... e, acima de tudo, usem a criatividade para publicações nas redes sociais, pois, o máximo que conseguem do internauta em relação a publicação de que estás preso no trânsito é... uma risada.
Abstrato.