quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Ciclo da vida

Identifique onde te encontras


Parafraseando o grande Erasmo Carlos, "Sou uma criança, não entendo nada". Sacada do tamanho da importância da sua obra, porém, não estou aqui para falar sobre o grande artista e sim do conteúdo da sua obra, em especial sobre esta música.
Comportamento - o assunto de hoje... sim, nosso próprio comportamento.

Simplesmente pelo fato de ter dito uma frase, qual não pude deixar passar em brancas nuvens e, por ter esta, gerado pano pra manga (comprida), resolvi descrever e, porque não destrinchar o assunto com mais tempo e parcimônia. Claro, trata-se de apenas uma conclusão comum, presente nas palavras de Erasmo Carlos inclusive, mas, porque não estendermos a nossa rede de pensamento sobre o nosso passado, olhar no retrovisor da nossa própria história, enquadrando a cada um de nós nas diversas fases pelas quais passamos enquanto as luas nos cobriram o sono de cada um dos dias? Eis então... vamos mergulhar nas fases da vida.

O comportamento do ser humano é o resumo da observação geral de outras pessoas em relação ao seu método de ação e reação ante diversas circunstâncias da sua rotina diária. (Ou não). Pode ser aquilo que aceitamos como verdade, em relação a própria maneira de agir e reagir, sob qualquer circunstância que conhecemos, acreditando -claro- ser a única e mais correta para tal conjuntos de elementos que compuseram ser  posicionamento ou a saída mais adequada para tal.

Não, eu não estou grávido, mas obrigo-me novamente a retroceder à infância da qual me recordo para compor o meu pensamento de maneira mais completa para podermos falar sobre as fases da vida então, de maneira circunstancial, envolvido por diversas casualidades, nascemos... e tudo começa:

-Infância:
período interessante, desde a gestação somos testados, iniciamos uma saga de comportamentos que seguirão-nos e resultarão no resultado do que somos hoje. A partir do momento em que descobrimos nossas mãos e pés, ainda no primeiro habitáculo que conhecemos (a barriga maravilhosa e quentinha da mamãe), já estamos a descobrir coisas. Nascemos sem influência da sociedade, portanto, sem saber de nada, de nada temos medo. Vivemos cada segundo a distinguir tons, cheiros, sabores, cores, formas, etc... e vamos ao limite do perigo, seguindo na descoberta do resultado de colocar a mão sobre o fogão, pegar a chaleira quente sem usar a alça ou proteção, correr na rua sem olhar para os lados, pular da árvore sem antes calcular sua altura, piso e peso. E assim, desmedidamente sem qualquer filtro ou medo, seguimos sem ouvir os pais, cuidadores, avós e qualquer um que diga o contrário do que ansiamos. Seguimos comendo de tudo, passando por tudo, afinal, a morte não existe e a dor, também não!
Comportamento adequado não? Um tanto perigoso (para os puritanos), porém, quanto mais provamos empiricamente as coisas terrenas deste mundo, por mais nos tornamos alquimistas de nossa própria biblioteca de conceitos.

Adolescência (sintética, senão acaba a folha):
uma vida inteira de contrariedades! Momento google (pois sabemos de tudo e muito mais!), consequentemente, tudo que nos é dito está errado, do avesso e invertido, afinal, sabemos de tudo e, caso não saia de nossa própria boca, está errado! Com sua opinião formada sobre tudo e qualquer coisa que virá a ser descoberta, constrói o próprio mundo de regras e conduz a sua rotina de acordo com a própria vontade, comendo o que quer e agindo da maneira que acha correto - desnecessário ressaltar o grande risco que corre ante a sua família, afinal, são eles quem mais atrapalham sua verdade e impedem que com sua comunidade particular de amigos, possam transgredir todas as regras (afinal de contas, não concordam com nenhuma delas). O adolescente sabe tudo, mas chora em desespero ao escolher a carreira, o curso na faculdade - por diversas vezes quebra a cara ou pior: vive infeliz por negar que tenha errado na escolha. Mas a sua razão infinita definirá, como no cruzamento de uma estrada, o seu futuro, carreira, por vezes a família que formará - ou não - e daí, teremos como resultado a sociedade do amanhã.

Maturidade:
essa chega por obrigação, conclusão ou simplesmente jamais chega - por parecer tão desconfortável aos olhos do adolescente. Porém a vida e o meio em que vive, te fará desenvolver essa raiz que vai fincar no chão da história e passar a definir certos traços de comportamento. Traços estes que te farão rir da infância, envergonhar-se da adolescência e sentir-se completamente impotente ante diversos desafios e saias-justas que as anteriores fases te colocaram. Vais te tornar inconscientemente incapaz de impor ordens, definir caminhos e rumos, dominar situações afim de fazer cumprir o que sabe ser o caminho correto e, verá isso no insucesso em impedir que seu filho machuque-se, ande com desaprovadas companhias, sofra e sangre - esquecendo é claro que fez tudo isso e por vezes, ainda pior! Devido ao peso das diversas e pesadas responsabilidades, não prova mais nada, não se arrisca e por fim, aceita as rasuras de sua vida, assim como cabelos brancos e rugas. Até mesmo aquelas dores que, médicos e remédios jamais conseguirão livrá-lo. Abranda o ímpeto de seus sonhos, trazendo tão mais próximo da realidade, degraus abaixo na escala de quantidade, tudo que almeja para seu futuro. Por planejar, ter medo da morte e da velhice, perde grande parte dessa fase, deixando o que sobra para construir o caráter e a conduta de sua prole.

Velhice:
O que eu iria falar mesmo? Ah sim, claro... "é a idade"... entenda isso com uma brincadeira, afinal, como posso lembrar-me do que não vivi? Afinal de contas, um velhinho nunca está velho, nunca dorme e jamais está cansado, não precisa de remédios, pode acompanhar seu filho, neto e bisneto em qualquer desafio, seja ele um jogo, uma corrida ou mesmo um grande prato de comida! Os velhinhos sabem de tudo - pois viveram todos os anos e todas a circunstâncias para sabê-los - e do altar do conhecimento máximo e divino, crê ser o criador da verdade absoluta, portanto, terá sempre razão, dará ordens irrefutáveis, sob pena de... o que eu disse mesmo? -Não resisti! Enfim, aproxima-se cada vez mais de uma criança na ordem inversa das fases da vida, chamaria eu, o contorno, o retorno onde inicia a volta para terminar como um bebê... fazendo tudo igual, porém, na ordem inversa. Claro que isso não os faz odiá-los - pelo contrário! Quem não gosta do vovô e da vovó? Eles que brincam, dão dinheiro para comprar doces escondido, entendem os pensamentos dos adolescentes e, acabarão por deixar ao lado do nenê, sem entender o que esses adultos estão falando.


Claro, é óbvio que, não espero que sua vida seja assim, que tenha sido assim, ou ainda, que venha a acabar assim, por isso, trata-se de uma crônica, uma hipérbole da vida, que não contempla sequer um minuto do tempo que perdeu lendo isso. Mas, assim como eu, diversos amigos, todos cremos que...


A maturidade é 
inversamente proporcional à
 idade do ser humano.

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