sábado, 19 de abril de 2008

Porto nem tão Alegre

Porto nem tão Alegre





Hoje sei exatamente o que me faz mal...

Provei cada gosto amargo da tua boca,

Das avenidas que te separam,

Rasgam em meio ao trânsito.

Hoje vi sua ferida ao sair de casa,

Quanto mal ainda fará aos que se dizem seus?

Dengosa gata louca que me faz aqui prisioneiro,

Capital doce que enche minha alma de cores.

Eu vou te desvendar com o passar dos tempos,

Por um momento me senti perdido,

Você não desampara quem te consome.


Jamais.




Olha pra toda essa gente...

Queremos aquele gole do trago quente,

Queremos sentir do sol o calor,

Da lua o amor.



Achei pedaços seus espalhados em velhas fotos,

Aquele sangue quente que te jorra todos os dias,

Quando mais vai acabar com todos nós...

Eu sei que tens fãs como eu,

Amantes por todo o mundo,

Meu mal interno sempre será você.

Deixa o vento brincar com teus cabelos de fios elétricos,

Vem comigo conhecer a tua noite,

O fundo dos parques onde te escondes em segredo,

Meu mais doce brinquedo é te encontrar,

Lá mesmo onde não podes estar.

Vai perceber que não consegue escravizar,

Aqueles que carregam esperança,

Bem ao lado da lança com ferro quente

Onde te abrem mais um desenho.



Olha pra toda essa gente...

Queremos aquele gole do trago quente,

Queremos sentir do sol o calor,

Da lua o amor


Aqui eu sei que um riacho não existe mais,

Não vais acreditar que jamais voltará.

O fogo da tua frieza pode mesmo corroer meus ossos,

Então me mostra se és capaz,

Daquilo tudo que o mundo me deu,

Você é ainda o meu ponto mais crítico,

Desafia-me a cada dia com seu jeito cinza,

Com seu humor asfáltico...

Vai pelos caminhos e pelas passarelas,

Encontra ao menos algum fantoche,

Que não perca a vida balançando em seus trens,

Tais quais aviões que eu sei que tens,

Na minha janela ainda ecoas o mesmo grito.

Vai esse te custar um pôr-do-sol mais bonito.



Abstrato.

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