Aos olhos do pensamento.
Quando se escrevia ainda como una forma de fuga, doía,
Daqueles momentos todos e da solidão das janelas,
Sentia que poderia qualquer hora dessas viver de novo.
O mundo por completo mudou os seus conceitos novamente.
Aquela realidade macia da segurança e da comodidade passa,
Passa como as horas de um relógio que a muito não é olhado.
Agora percebo que todos que passaram naquela calçada,
Todos os apressados e sonhadores, até mesmo o vento,
Eram por completo envolvidos por um destino que os esperava,
O que me esperava no entanto, naquela janela,
Não seria mais do que a morte que rondava aquele telhado.
Daqueles goles de vinho, resta o gosto acre que fica do zinabre,
Das mesmas dores, apenas uma lembrança e algumas cicatrizes,
Estas que nem mesmo me dizem nada que possa eu lembrar.
Faço aos meus votos que possamos num momento apenas,
Verificar que não serão as nossas armas capazes de nos deter.
Meus pensamentos se transformam em naves,
Cápsulas do tempo que buscam alguém irreconhecível,
Drágeas de loucura que me arrastam pelo tempo,
Como a uma folha que atravessa as ruas levadas ao gosto do vento.
E assim passa o tempo, envelhecem os bancos das praças,
Envenenando o ar que respiramos com nossa própria teimosia,
Trancafiando aqueles que pensam, que raciocinam.
A vida mudou rápido e as pessoas também...
Pessoas que cresceram, pessoas que não nos despedimos,
Saudades que acabamos por esquecer por completo.
O momento é de felicidade, mas os pés sempre no chão,
Sabendo que o passado foi mais duro e que hoje,
Gozamos de algo melhor, assim como sempre estimamos o futuro,
O futuro dos justos que sonham um dia criar seus filhos?
Então junte-se àqueles que vêem o mundo diferente.
Ao prima que te mostra várias visões sobre o mesmo tema,
Veja o quão grandioso é o seu potencial,
Um dia o mundo vai abrir os seus olhos,
Quando as nuvens da ignorância não mais pairarem sobre nós.
Ao que vejo em teus olhos, dói saber que somos cegos,
O que vejo não são seus olhos,
Como vê que não posso eu mesmo dizer...
Que ainda sou o mesmo que escreve.
Abstrato.